O que é e qual a importância da biodiversidade

Essencial para todos nós, entenda a função da biodiversidade e como cada ser vivo desempenha um papel fundamental para o equilíbrio do planeta

O que é e qual a importância da biodiversidade

Essencial para todos nós, entenda a função da biodiversidade e como cada ser vivo desempenha um papel fundamental para o equilíbrio do planeta

Publicado por
Jennifer Thomas
February 21, 2025
5
min de leitura

Na selva de pedra — apelido dado às metrópoles cheias de concreto —, os elementos da natureza ficam escondidos entre ruas, shoppings, escritórios e arranha-céus. Sabiás, abelhas, lagartos e até capivaras convivem com as pessoas nas cidades, assim como microrganismos e plantas que habitam parques e florestas urbanas. Para quem vive perto de áreas de preservação ou conservação, animais da vida selvagem são companheiros frequentes e um lembrete de que, apesar da amplitude da presença humana, somos apenas mais uma espécie compartilhando este planeta.

A produção de alimentos, o ciclo da água e a regulação do clima, entre outras funções ecossistêmicas, dependem de um ambiente saudável. A seguir, entenda qual a importância da biodiversidade e como cada um de nós pode contribuir para a sua proteção.

Qual é a importância da biodiversidade?

A biodiversidade está em tudo que nos cerca e inclui todos os tipos de vida: animais, plantas, fungos e bactérias. Cada espécie faz parte de uma rede que mantém o equilíbrio do planeta e permite que a vida prospere. Recursos naturais dependem da biodiversidade para continuarem disponíveis, como comida, água limpa, remédios e abrigo.

De acordo com o biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Fabiano Melo, que também é conselheiro científico da ONG Muriqui Instituto de Biodiversidade e coordenador regional para o grupo de especialistas de primatas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – em inglês), os serviços ecossistêmicos - ou seja, benefícios que sustentam necessidades da sociedade (alimentos, controle do clima, formação do solo etc.) gerados a partir dos ecossistemas –, prestados pela biodiversidade são essenciais para a vida. “Além de água e alimentos, o ambiente natural gera receita com produtos que são comercializados. Ela é importante não só para nos manter vivos, mas também pela questão financeira", explica.

Um exemplo é o ciclo da água. A vegetação contribui para a umidade atmosférica ao liberar vapor por meio da transpiração, o que faz parte da formação de chuvas. Fungos e bactérias no solo decompõem a matéria orgânica, aumentando a retenção de água e sua filtragem. A destruição da biodiversidade afeta esse ciclo, reduz a quantidade de chuvas e prejudica a disponibilidade de água potável. Isso gera impactos tanto a vida humana e para os animais, que dependem de água para viver, quanto para setores industriais que precisam do recurso hídrico para os seus processos produtivos.

O que ameaça a biodiversidade?

Em diferentes formas, a maior ameaça à biodiversidade é a ação humana. Segundo o relatório Planeta Vivo 2024 do WWF, entre 1970 e 2020, as populações de vida selvagem caíram 73%. Para Fabiano, a principal ameaça à biodiversidade sempre foi a mudança do uso do solo, especialmente o desmatamento. A WWF ainda aponta que a fragmentação dos habitats, ou seja, o isolamento de áreas de vegetação nativa, é uma das principais ameaças à biodiversidade.

Além do impacto direto no solo, a ação humana vem mudando os padrões climáticos sob os quais as espécies evoluíram. Condições que favoreciam períodos de migração, por exemplo, começaram a mudar, mas os animais ainda não se adaptaram à nova realidade.

Outro problema é o calor extremo. No caso dos recifes de corais, o aumento da temperatura dos oceanos é uma ameaça direta à sobrevivência desses animais, que formam estruturas responsáveis por abrigar cerca de 25% da biodiversidade marinha. No Ártico, a diminuição do mar congelado reduz a área que ursos polares têm para viver e caçar focas, enquanto a redução de gelo na Antártica tem impacto na quantidade de krill, crustáceo que é a principal fonte de alimentação de baleias e pinguins.

Como as empresas podem ajudar a biodiversidade?

Polinizadores, a exemplo das abelhas, são essenciais para a agricultura – cerca de 75% das culturas dependem deles. A indústria farmacêutica precisa de plantas como a pervinca-de-madagáscar, usada no tratamento da leucemia, e a quina, fonte da quinina para tratar a malária. Esses exemplos mostram como setores industriais dependem de ecossistemas saudáveis.

Cuidar da biodiversidade é, por sua vez, promover o desenvolvimento sustentável. Afinal, a sustentabilidade dos negócios no longo prazo depende diretamente dos serviços prestados pela natureza. Por isso, o setor privado tem um papel essencial, seja ao reduzir os impactos causados por suas atividades, seja por investir em programas de conservação e restauração ambiental.

“As empresas são convidadas a tornar o processo de proteção à biodiversidade mais amplo. Estudos de acompanhamento de fauna e flora, proteção de áreas e criação de unidades de conservação, por exemplo, são apelos ao setor privado para que a proteção efetiva da biodiversidade aumente", disse Fabiano.

Exemplo de conservação: monitoramento dos muriquis-do-sul

Ameaçado de extinção, o muriqui-do-sul é o maior primata das américas e essencial para semear espécies de vegetação nativa | Foto: Suzano

Um exemplo de iniciativa do setor privado é o projeto para avaliação do estado de conservação de primatas ameaçados de extinção em áreas da empresa Suzano, no interior de São Paulo, executado pela UFV. O muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), maior primata das Américas e espécie ameaçada de extinção, é encontrado na Fazenda São Sebastião do Rio Grande e na Fazenda Vitória, Áreas de Alto Valor de Conservação geridas pela companhia de papel e celulose.

Atualmente, segundo o ICMBio, há cerca de 20 populações desse primata vivendo no Brasil, no bioma da Mata Atlântica. São 1.200 animais que habitam o topo das árvores, se alimentam de folhas, frutas, cascas, sementes e néctar, e ajudam a semear espécies nativas. Não à toa, são conhecidos como os “jardineiros da floresta”. O estudo da Suzano, que já registrou 90 desses animais – ou 8% da população total do país – em suas áreas, contribui para a preservação da espécie e já foi reconhecido no Plano de Ação Nacional para Conservação dos Muriquis, do ICMBio, e na Lista Vermelha da IUCN.

De acordo com Fabiano, é feito o monitoramento do número de indivíduos, de outras espécies de primatas que vivem nos mesmos locais e o acompanhamento da área de uso dos animais e das suas dietas. Armadilhas fotográficas e drones com câmeras térmicas são algumas das ferramentas que auxiliam nessa missão. “Queremos saber qual é a população de muriquis que vive nas áreas e proteger os locais onde os animais podem sobreviver em longo prazo", disse Melo.

Conheça outras iniciativas da Suzano voltadas à biodiversidade nas páginas Meio Ambiente e Biodiversidade e Sustentabilidade.

O que nós podemos fazer para proteger a biodiversidade?

Ter um estilo de vida sustentável, como consumir menos, praticar a reciclagem, fazer compostagem, preferir combustíveis menos poluentes, entre outras ações, terá impactos positivos na biodiversidade, mesmo que indiretos. Um planeta menos poluído é uma casa mais preservada para as espécies que vivem no ambiente natural.

Em viagens para destinos onde os animais são parte da atração turística, busque informações sobre os passeios para evitar dar apoio a práticas que perpetuam maus tratos. Além disso, organizações ambientalistas dedicadas a espécies emblemáticas costumam ter programas de “adoção” de animais com um valor monetário. Por fim, ao consumir produtos no dia a dia, dê preferência a empresas comprometidas com a sustentabilidade.

Conclusão: conservar a biodiversidade é fundamental

Em um ambiente saudável, pássaros cantam, baleias saltam, onças-pintadas correm, elefantes rolam na lama e pinguins deslizam no gelo. É importante lembrar que cada um desses animais, e todos os outros, além de plantas e fungos, desempenham funções essenciais para o bem-estar social e econômico no planeta.

Alguns números comprovam essa teoria. Na Austrália, a Grande Barreira de Corais contribui com 6,4 bilhões de dólares para a economia do país, sendo que 90%, ou 5,7 bilhões de dólares, são provenientes do turismo, segundo dados oficiais do país. De acordo com o Banco Mundial, a Floresta Amazônica brasileira gera um valor anual de, pelo menos, 317 bilhões de dólares. O valor inclui serviços como turismo, produção sustentável de madeira, castanhas e outros bens, regulação do clima, polinização e a capacidade de armazenar CO2. A economia dos oceanos vale entre 3 e 6 trilhões de dólares, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) que também aponta que negócios relacionados aos usos das águas marinhas garantem o sustento de cerca de 3 bilhões de pessoas.

Mas, mais do que isso, desde a produção de água até a formação de paisagens naturais, a biodiversidade é essencial para uma existência saudável – sem ela, não só a sobrevivência da espécie humana estaria comprometida, como a vida seria muito menos colorida, sonora e saudável.

A Suzano tem diversas iniciativas voltadas à biodiversidade, incluindo nossos Compromissos para Renovar a Vida. Saiba mais na página dedicada às nossas metas de longo prazo.

Ir para Compromissos
ILUSTRAÇÃO:
Laís Zanocco

Fique por Dentro

Confira outras postagens do nosso blog!

Podemos ajudar?

Busque pela resposta que precisa em nossas Perguntas Frequentes. Caso prefira, entre em contato com a gente pelo Fale Conosco.