A emergência climática já está afetando o nosso dia a dia e é percebida ao enfrentarmos eventos climáticos intensos, como tempestades, furacões, altas temperaturas e estiagens severas. O problema é grave e, de acordo com dados do Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entre 3,3 e 3,6 bilhões de pessoas no mundo vivem em contextos altamente vulneráveis às mudanças climáticas.
Encontrar soluções para esse problema é algo complexo, mas é preciso agir com urgência antes que as consequências sejam mais graves. A seguir, explicamos o que governos, empresas e pessoas podem fazer para combater a emergência climática.
Se não fizermos nada para reduzir o aquecimento global, o que pode acontecer com o mundo?
O futuro pode ser bem sombrio se nada for feito para enfrentar o aquecimento global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê que as temperaturas médias globais podem subir entre 3,2°C e 5,4°C até o final do século.
Caso isso aconteça, ondas de calor, tempestades, furacões, inundações e secas serão muito mais frequentes e intensos. Ainda, ecossistemas sensíveis, como recifes de coral e florestas tropicais, podem sofrer impactos irreversíveis ou desaparecer por completo. A mudança nos padrões de chuvas e o aumento de pragas poderão aumentar a insegurança alimentar.
O cenário com as piores projeções do IPCC é desastroso, mas as análises feitas décadas atrás se comprovaram com os eventos climáticos que estão acontecendo atualmente. "O sul do Brasil foi identificado como vulnerável a enchentes há mais de dez anos. Tivemos um atraso de uma década para preparar a região. Precisamos alinhar a gestão pública e privada com o que temos de ferramentas disponíveis", diz Gabriel Quintana, analista de clima e emissões da Imaflora.
O que governos e empresas podem fazer para reduzir o aquecimento global?
Os governos têm um papel crucial para regulamentar normas, desenvolver ações e criar metas climáticas adotadas não apenas pelas instituições públicas, mas também pela iniciativa privada. É papel do Estado, também, fiscalizar – inclusive com a imposição de sanções, como multas e taxas – o cumprimento das normas ambientais.
Para tudo isso, é necessário se embasar em informações científicas, essenciais para fornecer dados que mostrem com clareza o estado atual das emissões em cada país. A partir daí, governos podem desenvolver ações coordenadas e capilarizadas entre estados e municípios para atingir as metas necessárias.
O setor privado deve sempre se mobilizar para, no mínimo, exercer suas atividades produtivas dentro dos parâmetros estabelecidos pelo setor público. "Com o perfil de emissões mapeado, é essencial ter o plano de mitigação e de adaptação climáticos, e políticas públicas dão o respaldo legal para alcançar as metas internas ou aquelas definidas em acordos internacionais", explica Gabriel, da Imaflora.
O setor privado também deve se ver como parte da solução para transformar as cadeias econômicas de forma que estejam alinhadas com a diminuição e a remoção das emissões.
Além disso, os governos são importantes para implementar políticas que incentivem a transição para a economia de baixo carbono, investimentos em energias renováveis, precificação de carbono e a redução de emissões nas empresas. "O setor privado deveria adotar práticas sustentáveis, investir em tecnologias limpas e em projetos de créditos de carbono", diz Janaína Dallan, presidente da Aliança Brasil NBS. E sempre é possível que as empresas adotem ações para além das normas, ampliando sua atuação na redução da crise climática.
O que as pessoas podem fazer para reduzir o aquecimento global?
Ações individuais são importantes para enfrentar a crise climática. Afinal, fazer escolhas com o olhar para a sustentabilidade pode gerar uma onda de mudança coletiva.
Uma forma de agir é consumir produtos de empresas que se preocupem com a sustentabilidade e, também, comprar de produtores e empreendedores locais – o que faz com que o ciclo da produção até o consumo seja mais curto e permite que o dinheiro circule dentro da sua comunidade. Além disso, vale dar preferência a materiais feitos com matérias-primas renováveis em vez de utilizar itens de origem fóssil, como os feitos com plástico e outros derivados do petróleo.
Pensar sobre o modo como você se locomove também é fundamental. Opções coletivas, como ônibus e metrô, são mais sustentáveis do que o carro. A bicicleta – que não emite poluentes – é uma ótima alternativa para trajetos curtos.
Outra atitude interessante é mudar hábitos na alimentação. Substituir a proteína animal por proteínas vegetais em alguns dias da semana é suficiente para, com a adesão de milhares de pessoas, reduzir a demanda por alimentos produzidos em pastagens. Lembre-se também que o lixo que geramos tem impacto sobre o clima, pois sua decomposição emite gases de efeito estufa, como o metano. Por isso, vale separar corretamente os resíduos orgânicos e dos recicláveis e consumir sem excessos.
E, claro, você sempre pode consumir e disseminar informações sobre a crise climática e a importância de adotar atitudes mais sustentáveis com seus amigos e familiares. Quanto mais pessoas engajadas no tema, melhor para o planeta.
A Suzano adota uma série de ações para combater a crise climática. Saiba mais na página Clima.