
No dia 8 de abril, foi realizada a cerimônia de lançamento da Escola Indígena de Futebol de Areia, na aldeia de Caieiras Velha, em Aracruz, Espírito Santo. Localizado ao lado da Escola Municipal Indígena de Caieiras Velha (EMEFI), o projeto é voltado para crianças e jovens entre 7 e 17 anos e é apoiado via Lei do Incentivo ao Esporte pela Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, e pela Imetame.
Além de ser um projeto esportivo, a iniciativa possui caráter educacional, uma vez que, para uma criança participar, é necessário que esteja matriculada em um colégio da região e que tire boas notas. Segundo Vilson Jaguareté, vereador, líder da comunidade indígena no município e um dos responsáveis pela formalização da ação, a escolinha não é apenas um lugar para praticar o futebol de areia. “O projeto é mais que uma escolinha, é uma esperança para nossas comunidades indígenas e nossas crianças. Nós vamos unir o esporte com a educação, então a criança vai precisar estar no colégio e tem que manter as notas altas. Nem todos vão acabar indo para a Seleção Brasileira, mas precisam ser bons cidadãos”, afirmou.
Presente na cerimônia de lançamento, a Secretária de Ações Estratégicas de Aracruz, Jeesala Coutinho, destacou a importância da existência do projeto e agradeceu pelo apoio da Suzano e da Imetame. “É extremamente importante haver esse incentivo ao esporte no nosso município. Infelizmente a gente não consegue investir tanto no esporte quanto a gente gostaria, então a participação das empresas privadas é muito gratificante para os aracruzenses. A gente consegue levar até a ponta aquilo que é de mais importante para as crianças, para os jovens e até para os adultos também. A inauguração aqui está sendo uma semana após o aniversário da cidade, então foi um ‘presentaço’ para nós”. A secretária aproveitou o momento para fazer também um alerta e apresentar outro benefício ao praticar o esporte: “A escolinha será boa também para tirar as crianças de frente das telas e gerar interação social entre elas. Será um momento de descontração, de lazer e as pessoas, mesmo as crianças, precisam cuidar da mente e do corpo. O esporte é justamente o caminho para as pessoas terem mais qualidade de vida”, concluiu.
Gerson Peixoto, Coordenador de Relacionamento Social da Suzano, falou sobre a inauguração da escola e o incentivo da empresa. “O esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão, transformação social e valorização cultural. Por isso, apoiar a 1° Escola Indígena de Beach Soccer do Brasil é um grande motivo de orgulho para a Suzano. Contribuímos para que crianças indígenas tenham acesso a uma formação esportiva qualificada, que respeita suas identidades e fortalece o vínculo com suas comunidades. Esse é mais um projeto que demonstra nosso compromisso com o desenvolvimento local e com a promoção da equidade, sempre guiados pelo nosso direcionador de que é só bom para nós se for bom para o mundo”, garantiu Gerson.
A cerimônia contou ainda com a presença do Secretário de Esportes de Aracruz, Sergio Faria de Azevedo, do ex-Secretário de Esportes da cidade, Jonathan Romanha, do Diretor Técnico da Federação Capixaba de Beach Soccer, Alex Fabiano, representantes da Suzano e da Imetame e cerca de 80 crianças indígenas da aldeia local. O evento ainda teve uma apresentação de dança do grupo Curumins Guerreiros, comandada pelo Mestre Mizinho.
A Escolinha
A Escola Indígena de Futebol de Areia está em fase final de reformas, onde serão inseridas as traves novas, rede de proteção, arquibancada de madeira e mais uma camada de areia sobre a área de jogo. Serão três aulas semanais, sempre ministradas por quatro adultos na beira da quadra, sendo dois coordenadores, um treinador e um administrativo da Federação Capixaba de Beach Soccer. A modalidade masculina é para crianças de 7 a 12 anos, já a feminina tem uma margem maior, de 7 a 17 anos. Ao todo, são 68 vagas disponíveis para o pontapé inicial, que tem previsão de início para o mês de maio.
Ana Maia, diretora da empresa Alfa, responsável pela gestão do projeto esportivo, explica que a expectativa é de dobrar o número de alunos já para o primeiro dia. “Das 68 vagas, já foram preenchidas 80%, mas a gente espera que esse número vá dobrar logo após o primeiro dia, porque a criançada da comunidade vai ver e vai se animar. Já estamos com 25 meninas matriculadas e isso mostra que as mulheres de Aracruz gostam de Beach Soccer. Já temos um projeto chamado ‘Vem Com Elas’, que é para mulheres adultas, e agora as mais jovens estão se interessando também”, explicou.