Focos de incêndio em vegetações no norte do ES mais que duplicaram nos dois primeiros meses de 2025

Comparado a janeiro e fevereiro do ano anterior, o número de focos saltou de 26 para 54 e a área atingida aumentou mais de 160% no mesmo período

2/24/25
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Focos de incêndio em vegetações no norte do ES mais que duplicaram nos dois primeiros meses de 2025

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, alerta para o crescimento expressivo de incêndios florestais no norte do Espírito Santo. Nos dois primeiros meses de 2025, houve um aumento de 107% no número de focos de incêndio e de 162% na área total queimada em relação ao mesmo período do ano anterior. As estatísticas foram constatadas pela própria Suzano, com base nos registros feitos no canal Guardiões da Floresta, mantido pela empresa para acolher denúncias desse tipo de ocorrência. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, nove em cada dez incêndios são provocados por pessoas e muitas vezes a origem é criminosa, ou seja, o autor da ação tem a intenção de causar danos.

Entre janeiro e fevereiro de 2024, foram identificadas nove ocorrências de incêndios, resultando em 26 focos e atingindo uma área de 14,3 hectares. Já em 2025, no mesmo período, esse número saltou para 33 ocorrências, 54 focos de incêndio e 37,6 hectares foram atingidos.

Luiz Bueno, Gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Suzano, destaca que a empresa segue atenta e propícia a investir para diminuir o problema. “Observamos um crescimento alarmante no número de incêndios florestais no norte do Espírito Santo agora em 2025. Essa situação exige atenção redobrada e ações coordenadas para prevenção e combate, evitando impactos ambientais, sociais e econômicos ainda mais graves. A Suzano segue investindo em tecnologias de monitoramento, brigadas especializadas e parcerias estratégicas para mitigar os incêndios florestais. Além disso, contamos com o apoio da comunidade para denunciar focos de incêndio por meio do canal Guardiões da Floresta”.

Combate às queimadas

A Suzano é uma das empresas que atua de forma integrada com as instituições especializadas no combate às queimadas, e busca contribuir com a proteção do patrimônio natural brasileiro, sempre compromissada com a preservação ambiental e a segurança da comunidade. A empresa também alerta que provocar queimadas é crime ambiental, sujeito a penalidades severas conforme a legislação brasileira.

Em caso de identificação de focos de incêndio, a população pode acionar as autoridades locais e ligar ou enviar mensagens via Whatsapp para o Guardiões da Floresta, pelo número 0800 203 0000, a fim de obter informações sobre como contribuir com a proteção das florestas ou reportar problemas para evitar danos ainda maiores.

Sinal de alerta no Espírito Santo

Nos últimos tempos o assunto incêndio florestal ganhou destaque e se tornou motivo de preocupação para ambientalistas e para a sociedade, como um todo. Queimadas no Pantanal e na Amazônia são cada vez mais constantes, porém, olhando exclusivamente para o Espírito Santo podemos observar que foram mais de três mil focos em 2024. Vale lembrar que o estado está inserido na Mata Atlântica, que é uma floresta úmida onde raramente queima de forma natural.

Debora Rodrigues Barbosa, geógrafa da Universidade Estácio de Sá, formada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), menciona que o monitoramento para este ano deve ser constante: “Em 2024 as queimadas preocuparam bastante, principalmente no Espírito Santo mesmo. Há indícios de que tenha sido destruída uma área equivalente a 90 Maracanãs. Então o sinal de alerta tem que estar muito ligado em 2025”, aconselha.

Entenda os danos ambientais que um incêndio florestal pode gerar

A especialista ainda aproveita para destacar os impactos negativos que as queimadas geram para o meio ambiente. “Falando apenas sobre os malefícios ao meio ambiente, primeiro tem a questão de que, ao queimar, perde umidade. O solo depende de área úmida para oferecer água às raízes das plantas, então a perda de umidade do solo é um elemento essencial que prejudica todo o grupo de seres que dependem daquilo ali. Não só o vegetal que morre, mas também o animal que come aquele vegetal e depois o animal que come esse outro animal alimentado pelo vegetal. É tudo interligado.

Outra ponto é a água da chuva, que bate diretamente no solo "nu" (sem vegetação) e o degrada, acentuando um processo erosivo, que é um fenômeno natural, mas ele se intensifica pela presença da água da chuva. Outros elementos super importantes são o aumento de dióxido de carbono na atmosfera, que contribui para o aquecimento global e a poluição de rios e suas nascentes por causa de cinzas e o transporte dessas cinzas no leito dos rios. Por fim, a destruição de habitat, pois o bicho mora naquele lugar e aí ele precisa sair dali porque está queimando. Ele fica sem alimento, sem presa, sem casa, então a região perde biodiversidade”, comenta Debora.

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